Amêndoa

Nas nossas plantações dispomos de várias variedades de amêndoa

A amêndoa é a semente do fruto da amendoeira, que contém frutos com sementes semelhantes a pedras no seu interior. As amêndoas são de cor creme, cobertas por uma pele fina acastanhada e envolvidas numa casca dura. São consideradas frutos secos ou oleaginosos devido à quantidade elevada de gordura que contêm, sendo muito apreciadas pelo seu sabor, versatilidade culinária e propriedades nutricionais. As amêndoas são classificadas em duas categorias: doces e amargas. Apenas as doces podem ser consumidas, uma vez que os elevados teores de ácido cianídrico das amêndoas amargas são tóxicos. Nas plantações da Sá Morais Castro, podemos encontrar as seguintes variedades de amêndoa: Ferraduel, Ferragnés, Francolí, Glorieta, Guara e Masbovera.

Variedade Ferraduel

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto): Vigor fraco a médio; Porte ereto; Ramificação média; Densidade de floração: alta; Época de Floração: tardia a média; Forma do fruto: amigdaloide; Dureza da casca: muito dura; Rendimento a britagem (%): 23; Grão de tamanho médio, amigdaloide, com poucas estrias e espaçadas; grão atrativo.

Trata-se de uma variedade a utilizar, preferencialmente, em regadio onde apresenta vigores médios a fortes, produtividade elevada, regular e facilidade de colheita. Potencial de produtividade elevado; amêndoa muito saborosa.

Variedade Francolí

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto): Vigor forte; Porte médio a aberto; Ramificação escassa a média; Densidade de floração alta a muito alta; Época de Floração tardia; Forma do fruto: amigdaloide-grande; Dureza da casca dura; Rendimento a britagem (%): 30; Amêndoas gémeas ou secas (%): baixa; Grão de tamanho médio, amigdaloide-elíptico e algo rugoso; grão atrativo.

Variedade muito produtiva e de entrada em produção precoce. Trata-se de uma árvore vigorosa, mas fácil de formar e excelente polinizadora da Glorieta e Ferragnès.

Fonte: Albino António Bento & José Alberto Pereira, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança.

Variedade Guara

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto): Vigor médio; Porte médio; Ramificação escassa; Densidade de floração alta; Época de Floração tardia; Forma do fruto: amigdaloide; Dureza da casca: dura; Rendimento a britagem (%): 30-32; Amêndoas gémeas ou secas (%): média (5-10); Grão de tamanho médio, amigdaloide-cordiforme, com poucas estrias.

Variedade Auto fértil, regular na produção, fácil de formar e de conduzir. Muito produtiva, mas sem grande adesão nas opções dos produtores de amêndoa.

Variedade Ferragnés

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto): Vigor médio; Porte ereto (ou semirreto); Ramificação escassa; Densidade de floração alta; Época de Floração: tardia a muito tardia; Forma do fruto: amigdaloide (alargado); Dureza da casca: dura; Rendimento a britagem (%): 32; Grão de tamanho médio a grande, amigdaloide alargado e com poucas estrias; grão muito atrativo.

Trata-se de uma variedade muito produtiva, com tendência para a alternância apenas em sequeiro; sensível ao Fusicoccum. Está bem-adaptada na região, com produções significativas logo a partir do 4º ano, e podendo em ano cruzeiro, bem polinizado e em regadio ultrapassar 1200kg/há. Potencial de produtividade: alto a muito alto. As melhores polinizadoras são Ferraduel, Lauranne, Ai e Ferrastar.

Variedade Glorieta

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto): Vigor forte; Porte médio-ereto; Ramificação média; Densidade de floração alta a muito alta; Época de Floração tardia; Forma do fruto: elíptico-grande; Dureza da casca: dura; Rendimento a britagem (%): 30; Amêndoas gémeas ou secas (%): baixa; Grão de tamanho médio, amigdaloide-elíptico, cor clara e quase liso.

Trata-se de uma árvore fácil de formar, pouco exigente em podas de frutificação, embora bastante vigorosa. Boa produtividade e fruto atrativo. Com interesse também, para polinizadora de Ferragnès, Francolí e Masbovera. É uma variedade muito interessante para zonas de fortes limitações hídricas pela sua enorme capacidade de absorção de água.

Variedade Masbovera

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto): Muito vigorosa; Porte médio-ereto; Ramificação média; Densidade de floração alta a muito alta; Época de Floração tardia; Forma do fruto: amigdaloide; Dureza da casca: dura; Rendimento a britagem (%): 28; Amêndoas gémeas ou secas (%): praticamente nula; Grão de tamanho médio-grande, elíptico-pontiagudo, grão muito atrativo.

Trata-se de uma variedade em início de difusão, muito produtiva, entrada rápida em produção, fácil de formar e podar, mesmo em regadio com vigores muito fortes.

Fonte: Manuel Monteiro A. Pinto Cordeiro V. Gomes-Laranjo J., A Amendoeira Património Natural Transmontano; José Azevedo Editor Mirandela 2003

São a variedade comestível

Têm uma forma oval

Apresentam uma textura maleável e um sabor amanteigado

São comercializadas com ou sem casca

 

Não são comestíveis pois contêm substâncias tóxicas

São usadas para fazer óleo de amêndoa e licores

Amendoal

A produção de amêndoa reparte-se por três continentes: América (45%), Europa (23%) e Ásia (21%). Em Portugal, a área de cultivo da amêndoa ronda os 14.000 hectares, com uma produção anual de cerca de 15 000 toneladas. Trás-os-Montes é a região com mais área de cultivo de amendoeira. As amêndoas crescem em todos os tipos de solo, incluindo solos com calcário e rasos. O clima seco e quente é o ideal para a sua cultura. No passado, os pomares não eram irrigados e o número de árvores por hectare era baixo – cerca de 140 árvores/ha, com 7-10m entre filas de plantio. Plantavam-se variedades polinizadoras em todas as quartas fileiras. Atualmente, o espaçamento entre filas é de 4-6m, com uma média de 400 árvores/ha.

O porta-enxerto utilizado na SMC é o “GF-677”. Foi selecionado por Bernhard et Grasselly no INRA de Bordéus e é proveniente de uma população de híbridos reunidos entre 1944 e 1950. Este porta-enxerto apresenta uma grande resistência a seca, é muito vigoroso e induz uma rápida entrada em produção. É sensível ao Agrobacterium tumefaciens e a alguns nematodes; é relativamente resistente a diversas espécies de Phytophora e tem uma considerável resistência a asfixia radicular, muito semelhante á do pessegueiro franco comum. É um excelente porta-enxerto para a amendoeira, quer em sequeiro quer em regadio, desde que o terreno esteja livre de nematodes, não tenha problemas de excesso de água, nem seja muito compacto. É também compatível com todas as variedades utilizadas no nosso país, de fácil transplantação e proporciona um bom vigor as árvores. As maiores desvantagens deste porta enxerto são a sua propagação, que é difícil e custosa, além do próprio vigor que impossibilita a sua utilização em plantações intensivas.

Em 2014 deu-se início ao projeto de conversão do olival da aldeia de Paradela. Foram construídas duas captações: uma para regar diretamente e a outra para apoio a uma lagoa para armazenar a água necessária à rega da grande maioria dos 100 hectares de olival desta aldeia. Em 2021 entraram em funcionamento dois furos artesianos, ficando todo o olival desta aldeia em regadio.
Todos os olivais do Vimieiro e Romeu, inseridos no perímetro de rega da barragem do Azibo, estão a ser devidamente irrigados, sendo atualmente a SMC a maior regante agrícola deste perímetro.
Em Talhas, onde a SMC possui 38 hectares de olival, apenas 3 hectares se encontram em modo de sequeiro, tendo sido para o efeito construída uma lagoa impermeabilizada e uma captação.
Em Alvites a grande parte do olival vai ficar em sequeiro pois tem apresentado excelentes resultados. Nesta aldeia ficaremos apenas com cinco hectares em regadio com água proveniente de um furo artesiano.

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